Porque meu filho (a) é tão “difícil”?

Porque meu filho (a) é tão “difícil”?

Essa é uma pergunta recorrente entre os pais, entre casais de amigos, entre pais e professores ou entre pais e profissionais da saúde ou da educação que atuam diretamente com as crianças.

Muitas vezes nos acomodamos em colocar um rótulo nas crianças ao invés de tentar entender os diversos comportamentos delas. A criança é um ser em formação, um ser flexível, passível de mudanças comportamentais. Geralmente a dificuldade está na maneira em que lidamos com elas, a forma como as interpretamos e como conduzimos as dificuldades comportamentais que elas apresentam.

É fundamental que nos coloquemos no lugar das crianças nas mais diversas situações que elas vivenciam nesse universo adulto que comanda a vida delas.

Já imaginou como deve ser difícil ser uma criança tendo que acompanhar o ritmo adulto? Como deve ser difícil uma criança pequena ter que realizar as atividades cotidianas no tempo do adulto? Fazer tudo correndo, acompanhar nossos horários apressados e corridos.

Já imaginou como é para uma criança administrar o fato de ficar longe de seus pais durante o dia porque claro, os adultos têm que trabalhar a maior parte do tempo, mas como a criança pode entender isso? Como elas podem demonstrar a falta que seus pais fazem para elas sem ser fazendo birras, gritando ou até mesmo muitas vezes sendo agressivas. Que outras estratégias uma criança pequena poderia utilizar para tentar dizer:  Oi, eu estou aqui, sou pequena, não consigo acompanhar seu ritmo, seus horários corridos, seus horários de alimentação, seus horários de sono; ou então: Eu estou aqui, senti sua falta durante o dia, quero muito um tempo de sua atenção, adoraria sentar no seu colo, ouvir uma história, jantar com calma e sentir seu aconchego na hora de dormir…

Por fim, muitos fatores emocionais podem levar uma criança a desenvolver condutas comportamentais não aceitáveis socialmente, comportamentos que por vezes nos fazem achar que meu filho (a) é tão difícil de lidar, é tão difícil de entender, ou tão difícil de obedecer e respeitar as nossas regras adultas, regras essas que normalmente a criança não tem condições de cumpri-las como nós adultos desejamos que cumpram.

Sejamos mais atentos aos nossos comportamentos adultos e nossas exigências para com as crianças antes de rotula-las como “difíceis”.

Paula Silvestre Machado

Psicopedagoga Clínica