Quem Cuida precisa Ser Cuidado.

Quando uma família recebe o diagnóstico de TEA (Transtorno do Espectro Autista) automaticamente todas as atenções e energias se voltam para essa criança recém diagnosticada, essa atitude dos pais e cuidadores é imediata e natural, uma vez que essa criança vai necessitar de um acompanhamento multidisciplinar envolvendo várias terapias para que ela possa se desenvolver da melhor forma possível.

            Nesse contexto os pais bem como os cuidadores de modo geral, ficam à deriva, dificilmente alguém se preocupa com eles, suas angústias, suas dúvidas, necessidades, como irão se organizar com tantas informações e demandas novas, enfim.

  Sabemos que para bem cuidar, é preciso estar BEM, é preciso estar com a saúde mental acima de tudo totalmente equilibrada.

            Existe uma tendência natural principalmente do pais em achar que as dificuldades pelas quais estão passando é normal, que não há outra forma de se viver a partir de agora ou alguma forma de minimizar os efeitos do diagnóstico em relação ao contexto familiar. Com isso a família deixa de lado as prioridades, as necessidades, as potencialidades e tudo o que já fazia parte do dia-a-dia deles e talvez dos outros filhos. Agora só a criança com TEA passa a ter vez, voz e lugar.

            É fato que o bom desenvolvimento de uma criança com TEA está diretamente relacionado a seus cuidadores que são os responsáveis em estender as terapias para o cotidiano dessa criança. Mas é imprescindível que os membros da família não sejam esquecidos ou deixados de lado, é necessário que a dinâmica familiar seja envolvente e sadia para todos. E para que isso aconteça os cuidadores tem que ser cuidados, tem que ser ouvidos, compreendidos e orientados em todas as questões que envolvem um diagnóstico.

            Agora leia e reflita:

            Como foi para você receber esse diagnóstico?

            Como foi para os demais membros da família?

            O que você está fazendo para administrar tantas informações?

            Como você está cuidando da sua saúde?

            Quem está te ajudando nesse processo?

            Como você gostaria de ser ajudado nessa nova fase?

            Quem você gostaria de envolver nesse processo?

Paula Silvestre – Psicopedagoga Clínica